A obesidade é uma epidemia em constante crescimento. Os dados mundiais são cada vez mais alarmantes. Como é de conhecimento de todos que o excesso de peso está associado ao desenvolvimento de uma série de doenças crônicas, o emagrecimento torna-se objetivo comum dentre as pessoas.
Diversas são as estratégias para o emagrecimento, mas sem sombra de dúvidas que a mais eficiente e saudável é a combinação de dieta e exercício físico. Especificamente sobre o exercício físico, várias também são as modalidades oferecidas com esse propósito, porém a maior dificuldade do obeso é encontrar uma modalidade que, além de eficiente, agrade. Digo isso, considerando que a obesidade “cria” barreiras psicobiológicas ao exercício físico.
Assim, profissionais do exercício devem dominar ferramentas que otimizem o gasto calórico ao mesmo tempo em que sejam atrativas e prazerosas. Nesse formato, temos diversas opções, cada qual com o seu atrativo: musculação, atividades outdoor, ginástica coletiva, HIIT, etc. Porém, um dos conceitos de treinamento que vem se destacando na atualidade, elencado como tendência mundial de mercado, é o treinamento funcional (TF).
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Mas será que o TF pode ser uma opção interessante para quem quer emagrecer?
Para responder à essa pergunta, é necessário entender que o papel do exercício no emagrecimento se dá, principalmente, sob os seguintes aspectos: 1. aumento do gasto calórico durante e logo após a atividade; 2. aumento da taxa metabólica de repouso (TMR).
No que se refere especificamente à diminuição da gordura corporal, um recente estudo nacional observou que um programa de TF em formato concorrente (TF + aeróbios) reduziu gordura corporal (-4,97%), gordura intra-abdominal (-19,90%), e aumentou a massa muscular (4,18%) de jovens obesos (Caires et al., 2014).
Deve-se considerar que, por se tratar de uma temática “nova”, ainda são poucos os estudos envolvendo o TF e o emagrecimento em indivíduos obesos, sendo necessários mais investimentos nesse sentido. Porém, o que se tem já permite dizer que o TF pode contribuir para o emagrecimento e, por ser uma modalidade atrativa e prazerosa para muitos, deve fazer parte da caixa de ferramentas dos profissionais de Educação Física.
Falo mais sobre esse assunto no livro “Musculação Funcional“.
Referências (clique sobre o nome do autor para ser redirecionado):
Cayres SU et al. Treinamento concorrente e o treinamento funcional promovem alterações benéficas na composição corporal e esteatose hepática não alcoólica de jovens obesos. Rev educ fis UEM [online] 25(2): 285-95, 2014.
Lagally KM et al. Physiologic and metabolic responses to a continuous functional resistance exercise workout. J Strength Cond Res 23(2): 373-9, 2009.
Pozzi, M. Fundamentação teorica functional circuit. 2013 (dados não publicados)
Smith JR. The effect of functional resistance training on the resting metabolic rate of apparently healthy adult women. [Thesis of master] Indiana University of Pennsylvania. 2014.